6 de julho de 2010

Por que trabalhar Consciência Fonológica?

Estudos brasileiros e internacionais demostram a importância da consciência fonológica para a alfabetização. Os resultados são bastante satisfatórios tanto na prevenção quanto na capacitação das crianças em habilidades que envolvem a leitura e a escrita.

Na educação infantil, o objetivo é prevenir o surgimento de problemas na aquisição da linguagem escrita pois seus efeitos permanecem a longo prazo. No ensino fundamental o objetivo é desenvolver noções básicas para melhorar a performance das crianças, na leitura e escrita, minimizando os déficits.

A maior parte das pesquisas realizadas nesse campo, envolviam crianças de risco, ou seja, aquelas que eram filhas de disléxicos e portanto, tinham chances consideravelmente maiores de desenvolverem distúrbios de leitura e escrita. Os resultados foram satisfatórios em relação à prevenção, mas não tão satisfatórios em relação aos padrões curriculares de alfabetização no Brasil, segundo as pesquisas iniciais. O currículo escolar regular do país não é adequado a crianças de risco pois tendem a aumentar a discrepância entre as crianças com risco de fracasso em leitura e as crianças com boas habilidades lingüísticas.

Os Estados Unidos, Grã-Bretanha, França e Dinamarca têm reconhecido oficialmente a importância do ensino explícito das correspondências entre letras e sons, e das atividades para desenvolver a consciência fonológica. Do mesmo modo, a Alemanha, o Chile, a Espanha adotam métodos mistos, com reconhecimento crescente da importância da introdução de instruções fônicas e metafonológicas como parte fundamental do currículo escolar. Tais instruções são de extrema importância em diferentes idiomas pois englobam as correspondências grafofonêmicas e suas “irregularidades”.

As atividades que são desenvolvidas apresentam um grau crescente de dificuldades e busca desenvolver três grandes competências no aluno: consciência fonológica, conhecimento das correspondências grafofonêmicas, e melhora na performance qualitativa da leitura e escrita, ou seja, habilidades lingüísticas que envolvem a produção e interpretação de textos.

Troca de letras parecidas

Uma das trocas que pode ocorrer na criança, principalmente durante o processo de alfabetização, é a troca de letras parecidas na escrita. Como o próprio nome já diz, consiste nas trocas de letras com o traçado visualmente semelhante. Na alfabetização, com o aprendizado de muitas letras e seus sons, estas trocas podem aparecer com uma frequencia maior, mas tendem a desaparecer logo. Para se ter uma idéia, a partir da 1a Série/ 2o Ano, essa característica é cada vez mais rara, com uma incidência menor que 1% (segundo Zorzi, 1998) em relação a outros erros ortográficos. Por isso, quando tais trocas persistirem na escrita da criança , é o caso de uma avaliação mais detalhada. Além disso, se esta troca estiver presente também na leitura, há uma dificuldade ainda maior. Em casos de Dislexia, é comum aparecerem as trocas de letras parecidas, tanto na escrita quanto na leitura. As confusões mais comuns envolvem os grupos abaixo: f t p q b d m n n h c o o a (letra script) e c i j n r v u t l b h Dígrafos: ch lh nh ____________________________________________ Bibliografia: Zorzi, J. L. Aprender a Escrever - Editora Artes Médicas, 1998.